quarta-feira, 23 de julho de 2008

oração da noite

às vezes, a gente atravessa algumas noites.
O mundo tá difícil. as relações humanas, então...nossa!
Mais fácil, burocraticamente falando, seria não fazer nada. Ser funcionário, funcionar simplesmente. E tirar férias e fim de semana, como se não tivesse nada com isso.
Mas a alma da gente não sente as coisas assim.
Então é foda, mas o melhor é encarar as coisas.
Não quero ser específica, porque isso cabe, nesse exato momento, em muitas situações. E é difícil não julgar as pessoas, então prefiro calar e pedir humildade, porque orgulho a gente tem de sobra, mesmo que seja atraso de vida. Ah, se a gente vivesse na humildade, entenderia que só o ego se submete. O nosso eu superior pode ser humilde porque entende que humildade não é submissão, é plenitude e alegria.
Mas a gente quer realizar, precisa realizar, viemos para condensar matéria. E como realizar com desapego? Como querer sem querer?
Humildemente peço ajuda para entender esse falso paradoxo. Porque sei que em algum lugar nada disso é incompatível.
Peço ajuda para cruzar as noites sem pressa para ver o sol.
Peço ajuda para cruzar as noites sem escurecer minha vista ao passo do outro.
Peço silêncio para ouvir o melhor a fazer.
Ilumina, meu guia, essa noite, respeitando sua escuridão característica, mas que não é a escuridão dos abismos. Ajuda-me a realizar com passos firmes, na confiança de um destino maior.
Ainda tenho muito a aprender.

domingo, 20 de julho de 2008

era uma casa muito engraçada...

capítulo X da vida: a Própria Casa Própria
a gente zoa com isso, faz piada, mas uma coisa é verdade. Aliás, duas:
1) Todo mundo merece ter seu canto
2) Ninguém merece pagar aluguel.
Movidos por essas certezas, procuramos há mais de um ano.
Em São Paulo é assim: tem que conseguir uma combinação mais que perfeita entre tamanho, localização, transporte, horas de trânsito, coeficiente de barulho e poluição e quartos em que se pode, ao menos, dormir na horizontal. Porque vamos combinar que nem no Japão deve ter quartos dos tamanhos que andam vendendo...
Agora somos vítimas das incorporadoras. Os prédios tipinho neoclássico que têm derrubado as casas de todas as vovós do bairro aumentaram o metro quadrado a preço de solo sagrado, e uma casinha capenga tá valendo ouro por aqui.
Mas eu insisti, vazendo valer os chifres da teimosia taurina, e achei, aqui perto, ainda numa ilha longe do som das britadeiras (ou talvez eu já esteja surda demais pra ouvir, porque nem tão longe é)
casa véia, muita reforma, mas de repente rola.
fizemos uma proposta estilo truco, bem menos do que pediam, bem mais do que temos, e talvez mais do que vale, se não fosse a especulação. Trucamos semana passada, a corretora pediu seis, a gente pediu nove e estamos até agora suspensos no ar. O Dja é um ótimo jogador (ele gosta da coisa), mas eu que gosto da casa tô roendo até canto de unha.
amanhã a mulher disse que liga com a resposta. Nessas horas só na fé.
a gente tem visto apartamentos também, mas não dá pra fazer fogueira, plantar árvore e criar cachorro.
e até amanhã, minha barriga = tobogã

na gira...

muita coisa pra falar, mas o sono também é muito e eu estou finalizando um video que vai passar amanhã no Cinesesc, uma invenção do Heron. Porque o Heron não pára nem com tumor. É engraçado, porque ele sempre me falou da Ana Carolina, a cineasta, que eu só tinha uma vaga lembrança de uns filmes vistos na ECA, e agora cá estou revendo as coisas dela pra fazer essa colagem, e sabe, ela é bem louca!
sobre a Gira, é tanta coisa já, o frio na barriga é tanto que não é hoje que eu vou escrever. Só digo uma coisa, tá rolando...e faz parte de todos os sonhos que estão se condensando na matéria palpável, e olha que estamos ainda em julho, e muita água vai passar por debaixo da ponte. Todo meu ser está voltado para essa palavra: concretude. E as palavras da Gira vão assumindo corpo e voz, para minha alegria.

agradeço, agradeço e é só.