certa vez, vendo o documentário "à margem da imagem", sobre moradores de rua, um personagem me revelou a essência do pensamento acerca do público. ele havia construído sua morada debaixo do viaduto do Sumaré e, segundo o próprio, escolhera o lugar porque "sendo público, não era de ninguém".
não é ótimo?
desse pensamento, derivam outros:
"o público é o que ainda não é de alguém. Se ainda não é, é porque ninguém ainda comprou. Se ninguém comprou, ainda está à venda. Se está à venda, eu posso comprar. Se eu comprar, então não é mais público. É meu."
o cara do filme, como não tinha poder de compra, teve que desocupar o público. Mas ele não sabia que o público era, na verdade, de todos, portanto, também dele, então teve que obedecer.
os caras de grana, como têm poder econômico, têm o poder, também, de transformar público em privado. primeiro, foram as terras. Agora, ar e água. Com o fogo só não mexeram ainda porque vão ter que acertar as contas com Prometeu. Na justiça dos humanos já está tudo certo.
sábado, 5 de abril de 2008
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