Entra Araci– cantarola Os Rouxinóis
No palco, a figura de um compositor
COMPOSITOR
Boneca de Piche, Os Rouxinóis, cabocla cheirosa, chora, violão, chora que passa, é no toco da goiaba, esse mulato vai ser meu, gemer no violão, Lamartine babo, minha favela, minha pátria, Ary Barroso, Custódio Mesquita, Morena querida, Francisco Alves, Mulato bamba, Noel Rosa, mulata revoltosa, mulato bamba, pernas, pra que te quero, Luis Peixoto, João de Barro, Palhaço não chora, Na pavuna, Benedito Lacerda, Racho Fundo, que antes era na Grota funda, cruz-credo, quindins de yayá, salada portuguesa, salve-se quem puder, flor do lodo, sinhô, Henrique Vogeler, não convém, não quero mais saber de amor, Assis valente, alma da rua, no alto da serra, chora que passa, Ismael Silva, Luiz Iglesias, vai cumprir o teu destino, Arthur costa, quero sossego, cada macaco no seu galho, velha baiana, Pixinguinha!
ARACI
(começa a falar simultaneamente na metade do texto anterior)
Eles, meninos, nomes que antes eram apenas palavras desconhecidas escrevendo palavras-semente. E eu era a alma daquelas palavras para que elas viessem ao mundo. Alguém conhecia? Não! A boca santa cantava, paria cada letra daquelas, e elas povoavam os ouvidos daquela platéia maravilhosa...e os meninos viravam homens, compositores. E as palavras, juntas, viravam história.
pausa
Hoje a boca é outra. rádio, TV, nem é de carne nem osso, sem suspiro. E deixa a memória doente.
sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008
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